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Risperidona no Transtorno do Espectro Autista (TEA)

EV
Por Equipe Vivências Azuis
4 de setembro de 2025
3 min read
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Risperidona no Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Principal recomendação: A risperidona é indicada exclusivamente para o manejo de sintomas associados ao Transtorno do Espectro do Autismo, especialmente irritabilidade, agressividade e comportamentos disruptivos. Seu uso deve ser sempre supervisionado por médico especialista e integrado a intervenções comportamentais e educacionais.

Mecanismo de ação

A risperidona é um antipsicótico atípico que age como antagonista dos receptores de dopamina D₂ e serotonina 5-HT₂A no sistema nervoso central, promovendo efeito calmante e redução de respostas impulsivas e agressivas.^1

Indicações em Autismo

  • Irritabilidade severa
  • Agressividade (contra terceiros ou autoagressão)
  • Crises de raiva, mudanças bruscas de humor
  • Hiperatividade e comportamentos desafiadores

A bula aprova seu uso em crianças e adolescentes com TEA para esses sintomas por até 12 semanas, normalmente como tratamento de curto a médio prazo.^2

Evidência de eficácia

Ensaios clínicos randomizados duplo-cegos demonstraram que, em até 8–24 semanas:

  • Redução significativa nas escalas de irritabilidade (CARS, ABC-I): queda média de 7,5 pontos versus 1,0 com placebo (p < 0,01).^1
  • Taxa de resposta positiva (≥ 20% de melhora): 63% com risperidona versus 0% com placebo (p < 0,001).^1
  • Melhorias em domínios de sensibilidade social, comunicação não-verbal e hiperatividade (p < 0,01).^1
  • Estudo de visão geral de revisões encontrou eficácia a curto prazo na redução da gravidade de sintomas centrais e comorbidades do TEA.^3

Posologia

  • Dose inicial: 0,5 mg/dia (0,25 mg duas vezes ao dia) ou 1 mg/dia em solução oral.
  • Ajuste: aumento gradual até 2–3 mg/dia, conforme resposta clínica e tolerância.
  • Manutenção: dose individualizada, geralmente 1–2 mg/dia.
  • Duração: costuma ser de 8 a 12 semanas; uso prolongado requer reavaliação periódica.^2

Principais efeitos adversos

  • Ganho de peso substancial e alterações metabólicas (glicose e lipidograma).^4
  • Sedação e sonolência.
  • Hiperprolactinemia, com risco de galactorreia e amenorreia.^6
  • Sintomas extrapiramidais (tremores, rigidez) em grau leve a moderado.^5
  • Taquicardia, desconforto gastrointestinal, aumento de apetite.^7

Monitoramento recomendado:

  • Peso corporal e índice de massa corporal a cada 1–3 meses.
  • Exames de glicemia, perfil lipídico e função hepática semestralmente.
  • Dosagem de prolactina no início e após 1–3 meses de tratamento.
  • Avaliação neurológica para detectar sintomas extrapiramidais.

Considerações finais

A risperidona não trata os déficits centrais do autismo (interação social, comunicação verbal), mas alivia sintomas comportamentais que prejudicam a qualidade de vida e a adesão a terapias educacionais e comportamentais. Deve ser sempre empregada como parte de um plano multimodal, integrando psicoterapia, terapia ocupacional e intervenção educacional individualizada.^8 ^10^12

💙

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