Risperidona no Transtorno do Espectro Autista (TEA)
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O uso do canabidiol (CBD) no tratamento de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem ganhado crescente atenção científica e social no Brasil. Pesquisas recentes demonstram que aproximadamente 70% dos pacientes autistas apresentam melhorias significativas com o tratamento, especialmente na redução de agressividade, melhora do sono e desenvolvimento de habilidades comunicativas. O CBD atua modulando o sistema endocanabinoide, equilibrando neurotransmissores como GABA e glutamato, o que pode resultar na diminuição de comportamentos disruptivos e na melhoria da interação social.
Terapia Ocupacional com Integração Sensorial para Autistas
A Terapia Ocupacional com Integração Sensorial é uma abordagem terapêutica especializada e baseada em evidências científicas, desenvolvida especificamente para atender pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que apresentam dificuldades no processamento sensorial. Esta intervenção visa melhorar a capacidade do sistema nervoso de processar, organizar e responder adequadamente aos estímulos sensoriais do ambiente.
Risperidona no Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Principal recomendação: A risperidona é indicada exclusivamente para o manejo de sintomas associados ao Transtorno do Espectro do Autismo, especialmente irritabilidade, agressividade e comportamentos disruptivos. Seu uso deve ser sempre supervisionado por médico especialista e integrado a intervenções comportamentais e educacionais.
Mecanismo de ação
A risperidona é um antipsicótico atípico que age como antagonista dos receptores de dopamina D₂ e serotonina 5-HT₂A no sistema nervoso central, promovendo efeito calmante e redução de respostas impulsivas e agressivas.^1
Indicações em Autismo
- Irritabilidade severa
- Agressividade (contra terceiros ou autoagressão)
- Crises de raiva, mudanças bruscas de humor
- Hiperatividade e comportamentos desafiadores
A bula aprova seu uso em crianças e adolescentes com TEA para esses sintomas por até 12 semanas, normalmente como tratamento de curto a médio prazo.^2
Evidência de eficácia
Ensaios clínicos randomizados duplo-cegos demonstraram que, em até 8–24 semanas:
- Redução significativa nas escalas de irritabilidade (CARS, ABC-I): queda média de 7,5 pontos versus 1,0 com placebo (p < 0,01).^1
- Taxa de resposta positiva (≥ 20% de melhora): 63% com risperidona versus 0% com placebo (p < 0,001).^1
- Melhorias em domínios de sensibilidade social, comunicação não-verbal e hiperatividade (p < 0,01).^1
- Estudo de visão geral de revisões encontrou eficácia a curto prazo na redução da gravidade de sintomas centrais e comorbidades do TEA.^3
Posologia
- Dose inicial: 0,5 mg/dia (0,25 mg duas vezes ao dia) ou 1 mg/dia em solução oral.
- Ajuste: aumento gradual até 2–3 mg/dia, conforme resposta clínica e tolerância.
- Manutenção: dose individualizada, geralmente 1–2 mg/dia.
- Duração: costuma ser de 8 a 12 semanas; uso prolongado requer reavaliação periódica.^2
Principais efeitos adversos
- Ganho de peso substancial e alterações metabólicas (glicose e lipidograma).^4
- Sedação e sonolência.
- Hiperprolactinemia, com risco de galactorreia e amenorreia.^6
- Sintomas extrapiramidais (tremores, rigidez) em grau leve a moderado.^5
- Taquicardia, desconforto gastrointestinal, aumento de apetite.^7
Monitoramento recomendado:
- Peso corporal e índice de massa corporal a cada 1–3 meses.
- Exames de glicemia, perfil lipídico e função hepática semestralmente.
- Dosagem de prolactina no início e após 1–3 meses de tratamento.
- Avaliação neurológica para detectar sintomas extrapiramidais.
Considerações finais
A risperidona não trata os déficits centrais do autismo (interação social, comunicação verbal), mas alivia sintomas comportamentais que prejudicam a qualidade de vida e a adesão a terapias educacionais e comportamentais. Deve ser sempre empregada como parte de um plano multimodal, integrando psicoterapia, terapia ocupacional e intervenção educacional individualizada.^8
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